“Um estudante, um computador” já saiu do papel

Cinco anos depois, estudantes do ensino superior beneficiam-se de computadores portáteis, no âmbito da iniciativa Governamental “um estudante, um Computador”. Ao todo foram distribuídos, a nível nacional, 5 mil computadores para estudantes de 25 instituições do ensino superior.
O programa “Um estudante, Um Computador” foi lançado em 2020, pelo então ministro da da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara, tendo como público-alvo cinco mil estudantes de 31 instituições de ensino técnico profissional, mas que, apesar de várias promessas, nunca saiu do papel.
Com um novo Governo, cinco anos depois, cinco mil estudantes de 25 instituições de ensino superior, que frequentam os cursos de ciências, tecnologias, engenharias e Matemática, viram a cor dos primeiros computadores portáteis.
Os estudantes, que ouviram, muitas vezes, promessas, outros já não mais são estudantes, dizem “finalmente”, e esperam que sejam efectivo, pois sempre se ressentiram da sua falta.
“A ausência destes recursos no contexto da era digital compromete não só a qualidade da aprendizagem, mas também limita o acesso a ferramentas de simulação, de plataformas de investigação e programas especializados, que são indispensáveis para a formação técnica científica de excelência”, disse o representante dos estudantes que, de forma simbólica receberam computadores portáteis, uma acção que deverá ter réplica em todo o país.
São estudantes necessitados, vindos de instituições públicas e privadas (Universidade Eduardo Mondlane, Universidade Pedagógica, Universidade São Tomás, Universidade Politécnica, Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique, Instituto Superior de Ciências de Saúde, Escola Náutica, e outras, que terão a oportunidade de “participar do desenvolvimento tecnológico do país”, como defendeu Américo Muchanga, ministro das comunicações e transformação digital.
“Para os estudantes que tiveram o privilégio de hoje receber este primeiro grupo de computadores, aquilo que quero dizer para vocês é que existe no mundo uma revolução silenciosa que se chama a transformação digital e só vão vencer aqueles que dominaram a ciência técnica. O nosso país conta com a vossa contribuição para que Moçambique possa ser uma nação competitiva porque não existe desenvolvimento econômico e social sem o domínio da ciência e tecnologia”, disse Muchanga.
A primeira-ministra, que fez a primeira entrega simbólica dos computadores portáteis, diz que a iniciativa visa munir os estudantes de meios tecnológicos no domínio da educação.
“O Governo, com o apoio do Banco Mundial, está a implementar o programa Um Computador por Estudante do Ensino Superior, dirigido a estudantes carenciados que frequentam cursos nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Nesta primeira fase de implementação deste programa, serão distribuídos 5 mil computadores portáteis a igual número de estudantes que foram apurados após um processo transparente e competitivo. A distribuição destes computadores portáteis irá abranger estudantes de 25 instituições de Ensino Superior em todo o território nacional que ministram cursos nas áreas acima referenciadas, ou seja, Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Na segunda fase deste programa, prevêmos disponibilizar cerca de 15 mil computadores portáteis para igual número de candidatos, a nível nacional, matriculados nos mesmos cursos”, defendeu Benvinda Levi, primeira-ministra.
Benvinda Levi explica que a iniciativa, apesar de não ser nova, a sua implementação enquadra-se no plano dos 100 dias de Governação de Daniel Chapo, aliada a várias outras iniciativas que, no entender do Governo concorrem para a melhoria do processo de Ensino e Aprendizagem Virtual, com destaque para:
“O aumento da largura de banda nas instituições de Ensino Superior; o apetrechamento das instituições de Ensino; superior em equipamento informático; a capacitação de docentes em inovação educacional com recurso às tecnologias de informação e comunicação; a promoção de estabelecimentos de bibliotecas digitais nas instituições de Ensino Superior, a par destas iniciativas, o Governo está a implementar o projeto Internet nas escolas, lançado no mês de março, no distrito de Nacala Porto, na província de Nampula, pelo Chefe de Estado moçambicano, que visa massificar o acesso à Internet de banda larga nas escolas públicas”.