EMPRESA CemAIR rescindiu contrato com LAM sem aviso prévio

A companhia aérea sul-africana, CemAIR, suspendeu o contrato com a Linhas Aéreas de Moçambique por razões não esclarecidas. A informação foi avançada esta quinta-feira pela companhia aérea nacional que, devido à situação, deixou de fazer voos diários para todos o país e está a operar com apenas três aviões alugados.
“Estamos com constantes reprogramações de voos, e essas reprogramações constam de um processo de cancelamentos”, explicou um representante da LAM durante uma conferência de imprensa.“Estamos a ter cancelamentos, reprogramações, e até, praticamente, situações de overbooking, por falta de capacidade de escoamento dos passageiros.”
A raiz do problema, segundo a companhia, está relacionada com a frota arrendada. “Deriva-se pelo facto da parceira da aeronave ter rescindido o contrato de uma forma unilateral, sem pré-aviso. Esta é a razão que há esta movimentação de total cancelamento.”
A LAM detalhou ainda que, até recentemente, a companhia operava com aeronaves alugadas. “Nós tínhamos dentro da nossa frota, diria, aviões que não são da companhia, são aviões alugados. Estávamos com uma capacidade, até o mês passado, de dois CRJ, com capacidade de 90 passageiros por cada avião.”
Com a saída dessas aeronaves, a empresa agora depende de uma frota bastante reduzida. “Estamos a voar com um Embraer 145, que é da nossa subsidiária Max, que tem capacidade de 50 passageiros. E temos um avião que também alugamos há pouco tempo, em menos de duas semanas, que é um Embraer também 145, com capacidade de 50 passageiros.”
Questionado sobre os termos contratuais e a ausência de aviso prévio por parte do fornecedor, o representante enfatizou as limitações legais: “Eu diria que há um princípio de confidencialidade quando nós fizemos os contratos com o parceiro. Há limitações em termos da abordagem que nós podemos dar em termos contratuais.”
Ainda sobre a falta de comunicação, reforçou: “O fornecedor das aeronaves não nos comunicou há tempo útil para este cancelamento do voo.”
A empresa não deu detalhes sobre questões de pagamentos, alegando que se trata de matéria contratual protegida por sigilo: “Essa questão de pagamentos vem na parte contratual de ambas as partes, que ninguém deve publicar. Há algumas falhas que não podem ser expostas em termos contratuais sobre haver quebra do sigilo contratual.”
A LAM afirma estar a trabalhar para minimizar os impactos sobre os passageiros, mas até ao momento não foram avançadas datas para a normalização total das operações. Passageiros afetados são aconselhados a contactar a companhia antes de qualquer deslocação ao aeroporto.