MISAU diz que greve no sector da Saúde é um desastre

O Ministro da Saúde (MISAU) condena as greves no sector e as classifica como desastre. Perante a greve dos profissionais de Saúde, o titular da pasta da Saúde diz que o Executivo continua aberto ao diálogo, mas pede que doentes não sejam prejudicados. A informação foi avançada pelo ministro da Saúde durante as cerimónias centrais do Dia Mundial de Luta contra a malária na província de Gaza.
Os profissionais de saúde um pouco por todo o país iniciaram, na semana passada, um novo período de greve, A situação está a sobrecarregar o sistema nacional de Saúde devido ao atendimento deficitário. Falando aos jornalistas após inaugurar o laboratório de saúde pública, esta Sexta-feira, em Xai-Xai, o ministro da saúde, Ussene Isse disse tratar-se de uma postura que prejudica os pacientes.
“A gente não pode fazer greve morrendo pessoas. Isso não é concebível, não é permissível que alguém tenha um coração tão mau e diz estar na saúde. Você ter um coração que não quer cuidar do outro. A nossa profissão, infelizmente, é uma profissão em que a greve não é permissível. Porque nós lidamos com uma das maiores dádivas de Deus no ser humano, que é a vida” concluiu.
Ussene Isse pediu paciência aos funcionários, referindo que governo está aberto encontrar soluções conjuntas para resolução o problema.
“Uma greve na saúde é um desastre. Há assuntos que nos dividem, é lógico, é óbvio. Mas nós estamos a trazer os colegas todos para ficarmos unidos sobre aquilo que nos divide. Mas a minha recomendação é o meu pedido aos meus colegas é que vamos discutir o assunto, por um lado, mas não podemos deixar de atender os nossos pacientes. Nós fizemos um juramento. O compromisso é garantir saúde. Então, este é o meu apelo aos colegas: Vamos trabalhar juntos, de forma organizada, de forma estruturada, porque temos que salvar vidas” exortou.
Ainda em Xai-Xai, o titular da pasta de saúde dirigiu a cerimónia central do dia mundial de luta contra a malária. No seu discurso, revelou que o número de casos no país tende a reduzir.
“O relatório mundial da malária de 2024 coloca Moçambique como um dos cinco países da África com mais casos reportados da doença. De acordo com as nossas estatísticas, em 2024 foram registrados cerca de 11,6 milhões de casos de malária contra 13,2 milhões notificados no período de 2022, o que mostra claramente uma redução em 12% dos casos, fruto do trabalho coletivo que estamos a desencadear em conjunto no nosso país.
E o número de mortes provocadas pela doença baixou para 356, Ainda assim, o Executivo diz que a malária continua um problema grave para o país.
“Notamos também com algum agrado a redução de mortes por malária em cerca de 4%. Apesar destes registros, ainda continuamos com a malária como um grande desafio no nosso país, porque como sabem a malária é um dos fatores que pode afetar o desenvolvimento econômico e social no nosso país, por várias razões que foram aqui colocadas, principalmente a taxa de absentismo escolar e laboral e pode diminuir a nossa produtividade. Por isso temos que trabalhar para não termos malária no nosso país” Explicou.
Ussene Isse referiu ainda que o país foi nos últimos três meses “afetado por três ciclones. Estes ciclones também vieram agravar as condições de saneamento do meio, que é um vetor importante para a contribuição no aumento de casos de malária nas nossas comunidades”.
Como estratégia de controlo, em áreas de alta prevalência o sector vai intervir de forma tridimensional nos próximos tempos.
“A introdução em todo o país das redes mosquiteiras de nova geração e que são mais eficazes. A introdução da quimio prevenção como uma estratégia de luta contra a malária em Moçambique (…) a introdução da vacina contra a malária, que iniciou na província de Zambézia e que este ano será expandida para as restantes províncias do país” concluiu o ministro.