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Fórum Mulher quer parte do diálogo nacional  

O Presidente da República, Daniel  Chapo, concedeu, ontem, uma audiência a membros do Fórum Mulher,  uma rede nacional da sociedade civil que promove os direitos das  mulheres, durante a qual foram debatidas preocupações ligadas à  participação feminina no processo de diálogo pós-eleitoral e à defesa  dos direitos humanos das mulheres em Moçambique. 

Durante o encontro, o Fórum Mulher apresentou como principal  reivindicação a inclusão efectiva das mulheres nas estruturas e  mecanismos de diálogo nacional, especialmente no contexto pós-eleitoral. 

“Nós, as mulheres filiadas em todo o país ao Fórum Mulher,  queremos ser parte, integrantes da inclusão na questão do diálogo  pós-eleitoral”, frisou a presidente do Fórum, Rafa Valente Machava. 

Segundo Rafa Machava, o Chefe de Estado mostrou-se receptivo às  preocupações colocadas, destacando a sua confiança na  capacidade das mulheres moçambicanas. “O Chefe de Estado  acolheu com entusiasmo e com gratidão e disse muito mais ainda que  ele tem muita confiança nas mulheres […]”, relatou. 

Apesar de reconhecer os avanços, a líder feminista alertou que ainda há muito por fazer em matéria de representação feminina em cargos  de decisão. “Nós também dissemos que não basta, não basta termos  só a Primeira-ministra, não basta ter só a Presidente da Assembleia da  República, precisamos de mais mulheres com legitimidade para  estarem nos lugares de tomar determinada decisão”, defendeu. 

O Fórum lembrou ainda que Moçambique já conheceu momentos  mais equilibrados em termos de paridade de género na composição  do Governo. “Nós já tínhamos chegado a uma fase em que tínhamos  50 por cento de ministros do Governo mulheres e recuamos”, lamentou 

Machava, acrescentando que o Presidente Chapo reconheceu a  legitimidade desta preocupação e reiterou o seu compromisso com a  continuidade do processo. 

A audiência serviu também para destacar os desafios que persistem  no campo dos direitos humanos das mulheres no país. “A situação da  mulher no geral não está bem, mas também não está pior”,  declarou Machava, enfatizando a necessidade de mais esforços para  visibilizar as mulheres e incluí-las na resolução dos conflitos que afligem  o país. 

“Nos preocupa que os nossos filhos se matem […]”, desabafou a líder  do Fórum, defendendo que as mulheres devem ser parte activa dos  esforços de construção da paz e reconciliação nacional. 

O Fórum Mulher, fundado em 1993, reúne diversas organizações que  trabalham pela promoção dos direitos humanos das mulheres,  combate à violência baseada no género, justiça económica,  igualdade de acesso a recursos e participação política. A audiência  com o Presidente da República é, para a agremiação, um marco  importante no diálogo entre o poder político e a sociedade civil  feminista.

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