Operadores turísticos e INAMAR de costas voltadas devido à taxa de uso de terra em Gaza

Mais de 100 operadores turísticos de Gaza acusam o Instituto Marítimo de Gaza de agravar a taxa de uso privativo da terra secretamente. Os gestores do INAMAR negam as acusações dos operadores turísticos e desafiam os queixosos a apresentarem provas do agravamento.
Na província de Gaza, mais de 100 operadores turísticos estão agastados com o alegado agravamento de taxas, em particular a de e uso privado de terras. Os mesmos falam de valores que variam de cinco a 100 mil meticais.
De acordo com Caetano Valente, representante dos operadores turísticos, esta subida foi uma surpresa para eles. “De um momento para outro, subiram as taxas sem terem tido um encontro com agentes económicos ou com sector privado para explicar o que está a acontecer. Então, estamos surpresos com esta situação”, disse.
Caetano Valente, que falava em representação de três mil empresários e agentes turísticos, questionou os critérios definidos para a revisão em alta das taxas em menos de um ano.
Até porque, segundo considerou, se tratou de uma “subida de 200%” naquilo que eram as taxas de 2024. “No ano passado, o Haley pagava cinco mil meticais por causa da situação que tinham da esplanada, mas este ano receberam uma notificação da mesma taxa de 95 mil meticais”, explica.
O administrador marítimo de Gaza, Cesaltino Reino, diz tratar-se de uma onda de desinformação e convida os grupos a apresentar provas das suas acusações, que para ele são “informações falsas”.
Explica que, na referida reclamação do Haley, que passou de cinco mil para 95 mil meticais, “foram apresentar-se como terem sido multados” e diz que “a Administração Marítima nunca multou ninguém por demora no pagamento”.
Reino esclarece ainda que pediram aos operadores que reclamam terem sido multados para que apresentem provas, mas “alguns até disseram que foram multados porque estavam a lançar uma embarcação e ninguém apresentou esse comprovativos de pagamentos”.
Cesaltino Reino critica ainda a postura de alguns operadores turísticos e alerta para medidas mais rigorosas nos próximos dias. “Há aqueles que recebem a notificação e ficam calados e não estão a reagir. São esses operadores que, em algum momento, até Junho ou Julho vamos tramitar o processo a entidade competente”, no caso a Procuradoria provincial ou o Tribunal Marítimo por via da Procuradoria.
Reino diz que esta medida vai ser implementada porque “esses espaços não podem ser ocupados em vão e as pessoas devem cumprir com a lei”.
O sector do turismo em Gaza continua no “vermelho” e com prejuízos acumulados na ordem de 17 milhões de meticais, além de mais de 2500 pessoas no desemprego.