Chapo defende paz, inclusão e diálogo no arranque da sua visita à província de Manica

O Presidente da República iniciou, esta segunda-feira, a sua primeira visita à província de Manica, com um discurso de apelo à paz, tolerância e desenvolvimento inclusivo, num comício popular que marcou o arranque de uma jornada de três dias dedicada à auscultação dos cidadãos, promoção do diálogo e valorização do potencial local.
Durante o seu discurso, Daniel Chapo reafirmou o compromisso do Governo com uma governação participativa e próxima do
cidadão. “Queremos trabalhar para avaliar como é que o nosso Governo está a trabalhar com o nosso povo em Manica. Quando tomámos posse dissemos que iriamos trabalhar mais próximos da população. É por isso que estamos aqui em Chimoio”, disse.
O estadista sublinhou que a visita é um gesto concreto do compromisso com o povo, acompanhado de um vasto programa de trabalho, que inclui a realização, esta terça-feira, da sessão ordinária do Conselho de Ministros na cidade de Chimoio, facto que, segundo afirmou, transforma temporariamente a cidade na capital do país.
Apontou a inauguração, hoje, do Centro de Formação Profissional de Chimoio como resposta directa às preocupações da juventude com o desemprego.
Com o país a viver o rescaldo das tensões pós-eleitorais de 2024, o Presidente da República condenou os actos de violência que resultaram na destruição de infra-estruturas públicas. “A violência gera violência, o ódio gera ódio. É uma lei da natureza. Cada um costuma colher o que planta. Se você quer colher o amor, tem que plantar o amor”, alertou, acrescentando que na política “não há inimigos, só há adversários”.
A população local, através de uma mensagem dirigida ao Presidente Chapo, elogiou a governação nos primeiros 100 dias, destacando a resposta clara às suas preocupações e os esforços de diálogo com todas as forças vivas da sociedade. Entre as principais reivindicações, pediram mais escolas, hospitais, esquadras e sistemas de água, ao mesmo tempo que se comprometeram a preservar as conquistas e evitar acções de instabilidade.
O Presidente da República abordou também a questão do garimpo ilegal e da poluição ambiental, confirmando a suspensão das actividades de cinco empresas e aplicação de multas. “Vamos organizar os jovens e lhes ensinar a trabalharem como deve ser, sem riscos”, disse, deixando aos líderes locais a responsabilidade de garantir uma actividade mineira mais segura e regulamentada.
Ao abordar os 50 anos da independência nacional, o governante rejeitou a ideia de que houve poucos avanços desde 1975. Destacou que, actualmente, há universidades espalhadas por todo o país e que, ao contrário do cenário da independência, quando 97 por cento da população era analfabeta, essa realidade já foi superada. Ainda assim, reconheceu que há muito por fazer.