Líder da oposição da Costa do Marfim renuncia mas promete continuar a lutar pela vitória

O principal líder da oposição da Costa do Marfim disse que está a renunciar à liderança do partido, mas ainda vai liderar a luta para vencer a eleição, após ter sido impedido de concorrer à presidência em Outubro.
“No interesse do partido, decidi colocar meu mandato como presidente do partido em vocês, os activistas”, disse Thiam em um discurso publicado nas redes sociais na segunda-feira, citado por AlJazeera.
“Esta decisão não altera o compromisso que assumi em Dezembro de 2023 de liderar pessoalmente nosso partido à vitória em Outubro de 2025.”
O presidente Alassane Ouattara, de 83 anos, que está no poder desde 2011, ainda não disse se planeja concorrer novamente, mas disse que está ansioso para “continuar a servir meu país”.
A campanha de Tidjane Thiam para a presidência do país da África Ocidental tem sido cercada de disputas sobre sua nacionalidade, já que candidatos presidenciais não podem ter dupla cidadania.
Thiam nasceu na Costa do Marfim e renunciou ao passaporte francês em Março para concorrer ao cargo mais alto. No entanto, um tribunal em Abidjan o retirou da lista eleitoral no mês passado, alegando que o político de 62 anos havia perdido a nacionalidade marfinense ao adquirir a cidadania francesa em 1987.
Thiam também enfrenta um processo judicial contra sua eleição como líder do Partido Democrático da Costa do Marfim–União Democrática Africana (PDCI), depois que um membro do partido também contestou sua nacionalidade marfinense na época em que foi escolhido.
O vice-presidente do PDCI, Ernest N’Koumo Mobio, assumiu a liderança interina do partido após o anúncio de Thiam e apelou por “coesão, serenidade e disciplina”. Ernest N’Koumo Mobio convocou uma reunião partidária na manhã de segunda-feira devido à “urgência relacionada à situação política”.
Três outras figuras da oposição também foram excluídas da corrida presidencial, incluindo o ex-presidente Laurent Gbagbo, devido a condenações judiciais.
Thiam alegou irregularidades, mas as autoridades rejeitaram regularmente alegações de qualquer intervenção política no processo eleitoral, dizendo que as decisões são tomadas por um judiciário independente.