Daniel Chapo termina visita a Angola e destaca crescimento de parcerias

O Presidente da República, Daniel Chapo, considerou positiva a visita oficial de trabalho que realizou a Angola, sublinhando que o encontro com o homólogo João Lourenço permitiu aprofundar as históricas relações de amizade entre os dois países e lançar uma nova etapa de cooperação multissectorial. Chapo visitou a Zona Económica Especial de Luanda e manteve encontros com a Associação Angolana de Bancos e a Comunidade Moçambicana residente em Angola.
Foi uma visita de um dia a convite do seu homólogo angolano, João Lourenço, para o estreitamento das relações entre os dois países que partilham da mesma história colonial e foram independentes no mesmo ano.
Para o chefe do estado moçambicano, o balanço da visita é positivo, olhando para as actividades que aconteceram em solo angolano.
“Foi uma visita bastante positiva, com resultados concretos, com assinatura destes instrumentos jurídicos que aqui fizemos referência, e temos de continuar a trabalhar para que realmente possamos desenvolver os nossos países e criar melhores condições de vida para os nossos povos”, declarou o Chefe do Estado moçambicano, em conferência de imprensa de balanço, realizada esta Sexta-feira.
Moçambique e Angola assinaram cinco instrumentos de cooperação, cobrindo áreas como acção social e igualdade de género, transportes aéreos, marinha mercante, turismo e cultura. O Presidente Chapo explicou que a visita foi antecedida por encontros técnicos entre delegações dos dois países, que avaliaram a implementação de acordos previamente assinados ao longo dos últimos 50 anos.
“A conclusão que se chegou é que, em termos de relações político-diplomáticas entre os dois países, é uma relação excelente […], e há necessidade de aprofundarmos cada vez mais as relações económicas entre Angola e Moçambique”.
Daniel Chapo disse ainda que propôs a criação de uma comissão técnica bilateral para monitorar a execução dos acordos em vigor, visando tornar os mesmos mais efectivos e alinhados com os desafios actuais.
“Achamos que era muito importante avaliarmos o nosso nível de cooperação e amizade […] e conversar acerca dos nossos dois países”.
O chefe do Estado moçambicano visitou a Zona Económica Especial de Luanda, onde teve contacto com experiências angolanas em industrialização e atracção de investimento.
“É um modelo que vale a pena também aprimorarmos, desenvolvermos […], para que as nossas zonas económicas especiais em Moçambique possam também continuar a criar emprego para a juventude”, afirmou.
No encontro com a comunidade moçambicana residente em Angola, Daniel Chapo falou do processo eleitoral no país, destacando as manifestações que tiveram lugar após o escrutínio e o anúncio dos resultados, apontando a importância do diálogo inclusivo, da unidade nacional e da pacificação como fundamentos essenciais para a consolidação da democracia e desenvolvimento do país.
“Desde 1994, ainda não tivemos uma única eleição sequer em que depois das eleições a pessoa que perdeu pegou o telefone, ligou para a pessoa que ganhou, desejou parabéns e continuamos a trabalhar como moçambicanos. Na madrugada do dia 10 de Outubro já existia um candidato que se proclamou vencedor, antes da contagem dos votos. Ficou claro para nós que alguma coisa estava a ser preparada. Por isso achámos que era importante sentar com as pessoas que estavam a mobilizar as pessoas”, afirmou, explicando que o diálogo culminou com a assinatura do Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo, aprovado como lei pela Assembleia da República.
O presidente da República reuniu-se ainda com a Associação Angolana de Bancos, onde defendeu uma nova era de cooperação económica entre Moçambique e Angola, assente no investimento mútuo e no fortalecimento dos laços empresariais.
“Este jantar de negócios representa mais do que um encontro, simboliza um passo crucial para edificarmos uma parceria económica robusta e duradoura que trará prosperidade para os nossos dois povos. Há necessidade de diversificarmos as nossas economias, investindo em outras áreas estratégicas como infra-estruturas, agricultura, turismo, recursos minerais e energia. Queremos mais investimentos em Moçambique, dos nossos irmãos angolanos e de tantos países”.
No plano político, o estadista moçambicano agradeceu ao povo e ao governo angolano pelo apoio concedido ao processo eleitoral em Moçambique e deu a conhecer os mais recentes avanços no âmbito do diálogo político e da reconciliação nacional, referindo que foram abordados os esforços em curso para a pacificação do país, a consolidação da paz e a necessidade de estabilização económica, social e política.
O Presidente da República aproveitou a ocasião para endereçar um convite formal ao Presidente João Lourenço, para que participe nas celebrações dos 50 anos da independência de Moçambique, agendadas para o dia 25 de Junho, tendo referido que o convite já foi aceite e que caberá às duas partes tratar da visita por via dos canais diplomáticos.