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Estradas de Projecto Move na Matola atrasadas

Todas as obras de estradas do projecto Move, no município da Matola, estão atrasadas. A edilidade aponta as manifestações, o incumprimento de alguns procedimentos por parte do empreiteiro chinês e o acidente de trabalho como algumas das razões por trás da demora. 

Em Agosto do ano passado, foi lançada a primeira pedra para a construção de três estradas, na cidade da Matola, no contexto do Projecto Move. 

São, ao todo, cerca de 11,4 quilômetros de estradas que seriam construídas num prazo máximo de nove meses. Entretanto, já quase no fim do prazo estabelecido, nada foi além do que está escrito nestas placas.

O empreiteiro está a agilizar o processo, mas os munícipes estão impacientes e queixam-se de estar a inalar poeiras. E estas obras forçaram, também, a interdição de algumas vias, o que deixa revoltados os munícipes, que não conseguem meter carros nas suas próprias casas e estabelecimentos. 

Além da dificuldade para terem acesso às suas casas, conduzir pelas vias cujas obras estão atrasadas tem sido um exercício difícil e revoltante, segundo dizem os munícipes. E quem não conhece as vias alternativas para ter acesso à estrada passa por muitos transtornos. 

Os condutores reclamam e pedem celeridade das obras. Para o caso do troço Intaka-Boquisso, os moradores contam que os trabalhos estão parados desde sábado, dia em que um trabalhador chinês perdeu a vida num acidente laboral. 

Já o Município da Matola reconhece que as obras estão atrasadas e aponta as manifestações pós-eleitorais como uma das causas. 

Passada esta fase, o empreiteiro das três obras teve outras situações que forçaram a suspensão das obras. Um acidente de trabalho e constrangimentos com planos de gestão ambiental.

Com os primeiros prazos já vencidos, a edilidade da Matola acordou novas datas com a China Jiangxi International Economic and Tecnical Cooperation. 

O Projecto Move também atribui a culpa pelo atraso das estradas da Matola às manifestações pós-eleitorais. 

Financiadas pelo Banco Mundial no valor de 1,4 milhões de dólares, as estradas da Matola, nomeadamente: Khongolote-Molumbela, Intaka-Boquisso e Matlemele-Matibwana, foram atribuídas ao empreiteiro China Jiangxi International Economic and Tecnical Cooperation. 

A adjudicação destas obras aos chineses foi contestada pela Federação Moçambicana de Empreiteiros, que denunciava uma série de irregularidades no processo de contratação, como, por exemplo, viciação do mapa de quantidades e o facto de estarem a concorrer duas empresas distintas, sem que se tenha formado um consórcio. 

Aliás, o então Ministério dos Transportes e Comunicações tinha sido comunicado sobre a existência de duas empresas no mesmo projecto e posicionou-se: 

“Na tomada de decisão pelo júri, foram desconsiderados totalmente os documentos apresentados pela empresa moçambicana (China Jiaxing Cooperation for International Economic and Technical Cooperation-Mozambique, Limitada) por entender que a mesma não faz parte do concurso e, apesar de na proposta constarem as duas [empresas], foi assumido não se tratar de um consórcio. Somente foram considerados documentos da China Jiaxing Internacional Technical Cooperation CO. Limitada”, lê-se no documento.

E a agremiação dos empreiteiros submeteu todas essas queixas à Procuradoria-Geral da República, através de um ofício de Janeiro deste ano.

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