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Megaprojectos registaram baixo desempenho financeiro em 2024

Os megaprojetos e as concessões empresariais registaram um desempenho financeiro negativo em 2024, acumulando um prejuízo global de 99,9 mil milhões de meticais, de acordo com a Conta Geral do Estado recentemente divulgada. Este valor representa um aumento de 403,61% em relação aos 24,7 mil milhões de meticais de perdas em 2023.

Segundo o relatório, o mau desempenho financeiro foi fortemente influenciado pelos projectos de alumínio da Mozal e de carvão mineral da Vulcan e Minas de Rovúbuè, que, isoladamente, registaram perdas significativas. Além disso, outras unidades que reduziram ou pararam as suas operações também contribuíram para a queda acentuada das receitas.

Mesmo com este agravamento, os megaprojetos e as concessões empresariais contribuíram apenas com 20,4 milhões de meticais para a receita do Estado em 2024, sem considerar as taxas de concessão. Ao contrário de 2023, não houve distribuição de dividendos, afetando todos os acionistas, incluindo o Estado moçambicano.

O economista Egas Daniel alertou que os dados são preocupantes, visto que os megaprojetos representam uma das principais fontes de arrecadação do Estado e sustentam as expectativas de desenvolvimento futuro.

Na mesma linha, o economista Dereck Mulatinho considera que a multiplicação de resultados negativos entre os megaprojetos pode comprometer o futuro económico do país. Ambos os especialistas defendem que Moçambique deve renegociar os contratos dos megaprojetos para evitar perdas ainda maiores.

No mercado de trabalho, o setor também sofreu impacto negativo. Em 2024, foram empregadas 5955 pessoas, o que representa 716 trabalhadores a menos que em 2023, correspondendo a uma redução de 10,73%. Do total, 5606 são trabalhadores nacionais e 349 estrangeiros, com destaque para as empresas Vulcan, Areias Pesadas de Moma e Mozal.

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