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Chapo e ENI reforçam parceria com foco na agricultura sustentável 

O Presidente da República, Daniel  Chapo, recebeu esta tarde, no seu Gabinete de Trabalho, o  Presidente Executivo (CEO) da multinacional italiana ENI, Claudio  Descalzi, numa audiência que reafirmou a sólida parceria entre  Moçambique e a empresa energética, com destaque para a  expansão do projecto Coral Norte e novas iniciativas de  desenvolvimento agrícola, com forte potencial de criação de  empregos.

No final do encontro, Descalzi anunciou que a ENI obteve autorização  oficial do Governo moçambicano para o Plano de Desenvolvimento  do projecto Coral Norte FLNG, um passo decisivo que vai  aumentar a produção de Gás Natural Liquefeito (GNL), a partir da  Área 4 da Bacia do Rovuma. 

“A Coral Norte é o futuro, e o Presidente  nos trouxe notícias muito interessantes e importantes, porque obtivemos  a autorização para o Plano de Desenvolvimento, com todos os termos  concordados. Isso significa que a Coral Norte é uma coisa real agora”,  afirmou o Chief Executive Officer. 

A reunião permitiu fazer um balanço dos resultados do projecto Coral  Sul, o primeiro a produzir GNL na Bacia do Rovuma, que em 2023  contribuiu com 50% do crescimento do Produto Interno Bruto  (PIB) nacional, segundo dados do Fundo Monetário Internacional  (FMI). Para este ano, as projecções indicam que o mesmo projecto  poderá representar até 70% do crescimento do PIB de  Moçambique. 

O encontro foi igualmente uma oportunidade para abordar a  estratégia da ENI em diversificar suas actividades no país, com ênfase  na agricultura para produção de biocombustíveis sustentáveis. 

Segundo o dirigente da ENI, a aposta na agricultura não só contribui  para a transição energética, como tem um forte impacto no emprego  rural. “Um aspecto muito importante dessa actividade é o trabalho  intensivo. Então você produz um enorme número de trabalhos.  Normalmente trabalhamos com 150 mil hectares e produzimos em  torno de 130 mil toneladas por ano, mas essa quantidade de terra e produção de agricultura pode impactar em um nível de 120 mil  trabalhos. Então é enorme”. 

A ENI já desenvolve este modelo em mais de seis países africanos, e  pretende replicar a experiência em Moçambique, em estreita  coordenação com o Governo. 

O CEO destacou ainda que, apesar do elevado investimento no  sector do gás, o número de postos de trabalho é mais limitado.  “Claramente, o desenvolvimento do gás é importante, mas o  desenvolvimento do gás é capital intensivo. Você investe muito, mas  depois você tem trabalhos especializados, e você pode empregar mil  ou duas mil pessoas. Mas com a agricultura, você emprega mais de  100 mil pessoas”. 

Durante o encontro, foi também analisada a contribuição da ENI para  a transição energética em Moçambique, incluindo projectos de  compensação de carbono, como o programa de Cozinha Limpa, que  promove soluções mais eficientes em termos energéticos, e outras  acções no âmbito do programa REDD+. 

Descalzi considerou a audiência com o Chefe do Estado como  altamente produtiva: “As duas coisas que são importantes são duas  pernas. Duas pernas para o país, para andar, mas também para correr  muito rápido, porque nós somos uma população muito jovem. Então  isso é, em suma, o que discutimos com o Presidente. Foi um encontro  muito feliz, mas muito construtivo. Então foi um encontro muito  positivo”.

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