Polícia nega que cidadão assassinado em Nkobe seja agente da UIR

Um cidadão ainda não identificado foi crivado de balas na noite de ontem, no bairro Nkobe, município da Matola, por três indivíduos não identificados. Vinte e quatro horas depois do acto, a polícia a nível da Província de Maputo diz que não conhece a identidade da vítima e que ainda procura os criminosos.
O princípio da noite de quarta-feira no bairro Nkobe, Município da Matola, foi marcado pelo assassinato violento de um cidadão, que se presume ser agente da Unidade de Intervenção Rápida.
De acordo com a polícia, a vítima, cuja identidade ainda se desconhece, foi emboscada por indivíduos que se faziam transportar em duas viaturas, de onde saíram três homens armados, que de seguida abriram fogo. Fala-se de mais de 50 tiros.
Imagens amadoras mostram a viatura totalmente crivada de balas, vidros partidos e a vítima estatelada e ensanguentada, depois da acção violenta dos criminosos, até agora a monte.
À luz do dia, os vestígios de sangue ainda eram evidentes, apesar de a perícia já se ter feito ao local. Quem viveu o acto fala de pânico.
“Nós ouvimos tiroteio e fugimos, por medo. Quando saímos, já tinha um homem estatelado ali no chão”, contou, em anonimato, uma testemunha.
A noite, para quem vive nas redondezas do local do crime, foi longa.
“Nem conseguimos dormir ontem. Ficámos com medo mesmo, de verdade, porque é uma coisa que ninguém esperava e nunca aconteceu isso na nossa zona”, acrescentou.
Porque o acto foi no princípio da noite, teve inclusive crianças como espectadores.
“Viram tudo o que aconteceu, por como a criança de agora não tem medo de nada, estiveram ali mesmo a olhar, o corpo ali mesmo estatelado no chão.”
Ainda em pânico, houve bancas que permaneceram fechadas nesta quinta-feira.
Contactada, a polícia confirma o crime, mas não apresenta detalhes sobre a identidade da vítima.
“O facto ocorreu no bairro de Nkobe, por volta das 17h50, onde indivíduos até agora não identificados teriam efectuado disparos contra um cidadão, que estamos a apurar a sua identidade. O cidadão encontrava-se no interior de uma viatura de marca Mahindra, tanto os malfeitores, mal intencionados, começaram com disparos, cerca de 50 disparos, pela contagem que foi feita, pela perícia, e colocaram-se em fuga”, disse Cláudio Ngulele, porta-voz da PRM, na Província de Maputo.
Sobre a informação de que a vítima seria um oficial superior da Unidade da Intervenção Rápida, Cláudio Ngulele desmentiu.
“A polícia não confirma este facto, conforme fiz referência há pouco tempo, estamos ainda a trabalhar para apurar a identidade, tanto dos autores de crime, quanto do finado. Pelos depoimentos colhidos no local de facto, os indivíduos que perpetraram este crime encontravam-se no interior, tanto duas viaturas de marca Toyota, modelo Ractis e outra de modelo Ranex”, completou.
O facto é que, quase 24 horas depois, a polícia, a nível da Província de Maputo, ainda não tem a identidade da vítima, muito menos as razões que levaram a este assassinato.