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Chapo reitera que envolvimento de todos é crucial para o sucesso do diálogo inclusivo

O Presidente da República disse que os moçambicanos sempre foram um povo de diálogo e nunca foram de ódio e violência. Daniel Chapo fez este pronunciamento durante a celebração dos 65 anos do Massacre de Mueda, que, na sua opinião, é a prova inequívoca da característica pacífica dos moçambicanos.

A cerimónia começou com a deposição de uma coroa de flores no monumento erguido em homenagem aos homens e mulheres assassinados pelo governo colonial português por reclamar a independência de Moçambique. E também do cemitério onde jazem os restos mortais dos homens que lideraram a revolta de 1960.

Depois da deposição da coroa, o Chefe do Estado visitou o mural erguido em homenagem aos mártires de Mueda, o edifício onde funcionou administração colonial e a seguir dirigiu um comício onde estiveram presentes centenas de pessoas oriundas de todos os cantos do país.

“Aqui, onde a terra se tingiu com o sangue dos nossos mártires, viemos reafirmar o nosso compromisso inabalável e inquebrantável com a liberdade do povo moçambicano, com a independência do povo moçambicano, com a integridade territorial deste belo Moçambique, com a justiça para o povo moçambicano, com a soberania do povo moçambicano, com a reconciliação do povo moçambicano, com a paz do povo moçambicano”, disse o Presidente da República.

Daniel Chapo referiu, também, que a comemoração desta data constitui a reafirmação do compromisso inabalável de defender este Moçambique e ao povo a todo o custo, justificando que não há preço para “a nossa liberdade, não há preço para a nossa independência, não há preço para a nossa soberania, não há preço para a justiça social do povo moçambicano, não há preço para a paz e não há preço para a reconciliação do povo moçambicano”.

O Chefe do Estado voltou a incidir o seu discurso sobre a paz, recordando os esforços que o Governo está a empreender para a pacificação do país.

“É por isso que o nosso Governo abraçou com convicção o Diálogo Nacional Inclusivo. Queremos, como país, escutar todas as vozes, construir consensos, corrigir assimetrias e garantir que nenhum cidadão não se sinta estranho na terra onde se viu nascer”, disse, apelando ao envolvimento de todas as forças vivas da sociedade para que sejam parte fundamental no diálogo em curso.

“Estamos a falar dos académicos, da sociedade civil, dos partidos políticos com assento parlamentar ou não, com as lideranças 15 tradicionais, com os nossos combatentes, a juventude, as mulheres, as crianças, todos os extratos sociais, sem excepção, ninguém é excluído deste diálogo, para que participem, de coração aberto, com sinceridade, com honestidade, com patriotismo e com nacionalismo.”

 

CELEBRAÇÃO DO DIA DO METICAL

“Mueda exige de nós tolerância. Mueda exige escuta. Mueda exige não à violência. Mueda exige não ao ódio. Mueda exige inclusão. Mueda ensina-nos o poder do diálogo. Mueda reflecte os ganhos da união, independentemente das circunstâncias”. 

Para completar a independência de Moçambique e apagar os vestígios do colonialismo português, segundo o Presidente da República, vinte anos depois do Massacre de Mueda, a 16 de Junho de 1980, o país decidiu pela mudança da moeda usada, de escudo para metical.

“Celebrar o Massacre de Mueda e o Dia do Metical, no mesmo dia, não é mera coincidência do calendário. É uma convocação histórica, para que, como Nação, unida do Rovuma ao Maputo, saibamos honrar o sacrifício dos nossos antepassados com políticas económicas arrojadas, gestão responsável dos 17 recursos públicos que pertencem ao Povo moçambicano, exploração sustentável dos recursos naturais, que pertencem ao povo moçambicano, e não a um grupo de pessoas ou a uma pessoa, e um compromisso com a independência económica que sempre defendemos como moçambicanos, cujos alicerces estamos a lançar”, explicou o governante.

Além do Massacre de Mueda e da introdução do Metical, no dia 16 de Junho, é também celebrado o Dia da Criança Africana, que foi instituído depois de um outro massacre de crianças na África do Sul, a 16 de Junho de 1976.

“O dia 16 de Junho tornou-se um símbolo de resistência contra os regimes coloniais e os sistemas de opressão em todo o continente africano. Hoje, em toda a África, olhamos para as nossas crianças com a mesma esperança que animou os que lutaram no passado.”

O Presidente da República homenageou, igualmente, as Forças de Defesa e Segurança, a Força Local e as Forças do Ruanda devido ao seu empenho no combate ao terrorismo.

“Queremos aproveitar esta ocasião para reconhecer a nossa juventude, que, 24/24 horas, de segunda a segunda, faça sol, faça chuva, faça frio, estão nas matas desta província a combater o terrorismo. São a geração do presente, herdeira directa da bravura dos jovens de 25 de Setembro. São jovens dispostos a sacrificar as suas vidas em defesa da nossa bandeira e do nosso povo, este Povo dialogante, humilde e trabalhador.”

Daniel Chapo aproveitou a ocasião para reunir-se com a Força Local, que foi criada especialmente para combater o terrorismo em Cabo Delgado.

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