Raptos na Beira e no Chimoio: indivíduos condenados a penas que variam de 3 a 30 anos de prisão

Foram condenados, esta sexta-feira, na Beira, os indivíduos envolvidos em seis raptos nos últimos cinco anos, nas províncias de Sofala e Manica. O resgate para a libertação das vítimas aproxima a 10 milhões de meticais, e, entre as mesmas vítimas, o destaque vai para uma menor de oito anos de idade e uma estudante do curso de Economia, na Universidade Católica de Moçambique.
Uma mega operação para neutralizar os autores de seis raptos, que foram protagonizados entre 2020 e 2024, nas cidades da Beira e do Chimoio, culminou com a detenção de 12 indivíduos indiciados dos referidos crime, assim como de associação criminosa, branqueamento de capitais e posse ilegal de armas de fogo.
O grupo era composto por 17 suspeitos, mas um morreu, vítima de doença, numa cela, em Maputo, onde foi neutralizado. Outros dois foram abatidos pela polícia, durante uma perseguição, e dois são dados como fugitivos.
Dos 12 detidos, cinco gozavam liberdade condicional.
O julgamento iniciou em Dezembro do ano passado, no Tribunal Judicial da Província de Sofala, onde o colectivo de juízes deu por provado o envolvimento destes indivíduos nos referidos crimes e foram condenados a penas que variam de 3 a 30 anos de prisão. Manuel Domingos, que foi provado como líder do grupo, foi o único condenado a 30 anos de prisão. O condenado disse apenas que era inocente e não quis entrar em detalhes.
Entre os condenados encontra-se um curandeiro, cuja residência serviu de cativeiro para pelo menos três das vítimas dos raptos ora referidos. Este foi condenado a 12 anos de prisão.
Os outros arguidos foram condenados a penas que variam de 3 a 8 anos de prisão.
Nelson Tapeia, um dos condenados a três anos de prisão, foi a peça-chave do processo, pois colaborou com o tribunal, indicando com detalhes onde e como as operações de rapto e resgate ocorreram.
Ainda faltam por julgar, no caso, mais dois processos interligados, razão pela qual mesmo os absolvidos continuarão na cadeia nos próximos dois meses, tempo previsto para o desfecho do caso.