
A maior parte dos farmeiros zimbabweanos brancos, que viram suas terras expropriadas há 25 anos, recusam os termos de compensação em negociação com o Governo de Emmerson Mnangagwa, escreve a mídia sul-africana.
O Governo do Zimbabwe está há já alguns anos a negociar compensações a farmeiros brancos que viram suas terras expropriadas pelo Governo, uma acção que conta com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento, com mediação do antigo Presidente da República, Joaquim Chissano.
Recentemente, o governo zimbabweano emitiu títulos de dívida pública a serem pagos em 10 anos, no valor de 308 milhões de dólares, a serem entregues aos farmeiros pela compensação. Mas a maior parte deles considera esta acção inaceitável, segundo escreve a New24 da África do Sul.
A News24 cita Deon Theron que representa um dos três grupos de farmeiros que estão a negociar as indemnizações. Segundo ele, o governo tem acordo com 15% a 17% dos agricultores e a maioria rejeita os termos propostos.
O Zimbabwe quer chegar a um acordo com os agricultores, como parte de um esforço para reestruturar as suas dívidas e restaurar o acesso aos credores. O país está em incumprimento desde 1999 e deve mais de 21 mil milhões de dólares em credores, incluindo o Banco Mundial, o Clube de Paris e o Banco Africano de Desenvolvimento.
Nos esforços mediados por Joaquim Chissano o Zimbabwe terá chegado a acordo para pagar um total de 3,5 mil milhões de dólares em indemnizações aos farmeiros, mas o valor continua a ser contestado por uma parte dos beneficiários que querem muito mais.
O Governo Zimbabweano anunciou no início de Abril ter pago indemnizações a 378 agricultores pagos através de títulos da dívida de um total de 740 farmeiros que aceitaram este modelo de pagamento. Estima-se em mais de 4.5 mil os farmeiros que perderam suas terras e esperam pelas compensações no Zimbabwe.