China oferece bolsas de estudos a atletas nacionais e constroi pavilhão multiuso

35 atletas nacionais vão passar a beneficiar de bolsas de estudos para China, semestralmente, no âmbito da parceria entre a Federação Chinesa de Basquetebol e a Federação Moçambicana da modalidade. A parceria entre as duas federações prevê ainda a construção de um pavilhão multiuso no país.
Uma boa nova vinda da República Popular da China. Moçambique passará a enviar atletas de basquetebol ao país asiático para continuarem com estudos de nível superior e se profissionalizarem na modalidade da bola ao cesto.
De acordo com Paulo Mazivila, presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol, os atletas serão seleccionados pelas associações provinciais da modalidade.
“Nós temos este acordo de enviar semestralmente 35 atletas com bolsas de estudo para frequentar o ensino superior. Como é que nós desenhamos que isto pode funcionar? Isto vai funcionar através das associações provinciais, porque a Federação vai monitorar, sim, mas nós vamos dar a primazia às associações provinciais de basquetebol para poderem nos apresentar quais são os atletas que eles foram buscar nos clubes e nós, como Federação, apenas vai restar a questão de monitorar o processo e enviar os atletas para a China”, disse Mazivila
Os cursos são de nível superior e pode incluir aprendizado das línguas inglesa e mandarim, segundo disse Paulo Mazivila. “É todo o curso superior. Para os atletas que tiverem já o inglês, tem uma vantagem, que não vão precisar fazer o semestre zero, que são por aí seis meses de aprendizagem da língua inglesa e o mandarim. No mínimo, se tiver a língua inglesa, já é uma vantagem muito grande, que entra direto ao ensino superior, porque a base é a língua inglesa. O mandarim é mais uma cadeira que vai encontrar lá a nível dos cursos”.
Não somente as bolsas de estudos que estão no radar dos chineses. A construção de um pavilhão multiuso é outra aposta desta parceria entre as federações de basquetebol de Moçambique e China.
Mazivila diz que não ter um pavilhão sempre foi uma “pedra no sapato”, por isso levou na agenda da sua deslocação à China a procura de parceiros para este desiderato. “A Federação não tem campo. E isso é um dos objectivos que me levou à China, para ver o que é que podia conseguir para poder ultrapassar este assunto. Porque é um assunto muito, mas muito complicado. Segundo, a nível dos jogos oficiais da FIBA, Moçambique não tem um pavilhão em condições para receber estes jogos. Então somos obrigados sempre a ter que recorrer para jogar fora e muito poucas vezes podemos nos candidatar por falta de condições. Fui à China em busca destas soluções, graças a Deus consegui”, revelou.
Paulo Mazivila diz que a construção do pavilhão vai iniciar dentro de quatro meses, desde que haja flexibilidades das instituições governamentais, mas há aspectos que precisam ser ultrapassados.
Por isso, segundo Mazivila, “vamos agora sentar com o governo para podermos juntos coordenar aquilo que são as propostas que eu recebi da China e ver como é que nós podemos, juntos com o governo, ultrapassar e conseguir esta grande vitória que é o pavilhão da Federação Moçambicana de Basquetebol”.
E mais: “primeiro é a questão da cedência de espaço, um espaço muito bem localizado, com algumas dimensões, que depois de sentar com o governo vou partilhar. Em segundo, a questão da isenção do material que vem da China para a própria construção da infraestrutura”.
É que para Paulo Mazivila não faz sentido alguém estar a ajudar e ter que pagar direitos. “São essas questões que ainda vou sentar com a sua Excelência Ministro da Juventude e Desporto para poder ver como é que a gente pode ombrear nisto e ultrapassar em termos do pavilhão em Moçambique”, disse.
Para além da parceria com a Federação Chinesa de Basquetebol, Mazivila manteve encontros com clubes e academias de basquetebol, por isso diz que a viagem à China foi produtiva, até porque “há um caminho muito promissor a traçar entre Moçambique e China a nível da educação, que são as universidades, a nível próprio do profissionalismo do basquetebol. Com um bocadinho de sorte podemos ter, se calhar, duas, três selecções, futuras selecções a ombrearem na China e termos uma convocatória futuramente de luxo”.
Para que isso se concretize Paulo Mazivila pede envolvimento das associações provinciais.