Kiev convoca embaixador chinês para protestar por apoio à Rússia

O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano convocou o embaixador chinês, para expressar as suas “sérias preocupações” sobre a presença de combatentes chineses no exército russo e a assistência de empresas chinesas à Rússia no fabrico de armamento.
“O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Yevhen Perebyinis, sublinhou [ao embaixador chinês em Kiev] que a participação de cidadãos chineses nas hostilidades contra a Ucrânia ao lado do Estado agressor (Rússia), bem como o envolvimento de empresas chinesas na produção de equipamento militar na Rússia, são muito preocupantes e contradizem o espírito de parceria entre a Ucrânia e a China”, afirmou o ministério num comunicado, citado por Lusa.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sancionou, a 18 de Abril, três empresas chinesas, depois de ter acusado Pequim de fornecer armas à Rússia e de ter anunciado a existência de cidadãos da China a combater ao lado das forças russas.
O chefe de Estado impôs sanções à Beijing Aviation and Aerospace Xianghui Technology, à Rui Jin Machinery e à Zhongfu Shenying Carbon Fiber Xining, segundo a presidência ucraniana.
Zelensky disse ter recebido a confirmação dos serviços de informação e do Serviço de Segurança (SBU) de que a China estava a fornecer pólvora e artilharia à Rússia, uma alegação rejeitada por Pequim.
Anteriormente, o Presidente ucraniano anunciou no dia 08 de Abril a captura de dois cidadãos chineses a lutar ao lado das forças russas, indicando a seguir ter informações de que o número ascendia a várias centenas.
A diplomacia chinesa respondeu que nunca entregou armas letais à Rússia na guerra com a Ucrânia, criticando “acusações arbitrárias” e “manipulação política” a este respeito.
Pequim já rejeitara também o seu envolvimento na presença de cidadãos chineses nas forças de Moscovo.
Refira-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de Fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.