130 pessoas morreram em quatro anos devido ao conflito Homem-Fauna Bravia em Sofala

Pelo menos 130 pessoas morreram e outras 134 ficaram feridas nos últimos quatro anos, na província de Sofala, em resultado do crescente conflito homem-Fauna Bravia, que disputam espaços em diversas comunidades em redor das áreas de conservação.
O conflito homem-Fauna Bravia tem vindo a ganhar proporções preocupantes em Sofala, devido ao crescimento populacional humano e animal. A população assenta nos corredores de fauna, o que resulta no referido conflito.
De acordo com a Secretária de Estado de Sofala, este facto tem estado a afectar a segurança alimentar e os meios de subsistência das comunidades.
“Pondo em risco vidas humanas e a própria diversidade. O conflito Homem-Fauna Bravia acontece numa altura em que as extensas áreas de conservação das nossas províncias e a presença de assentamentos humanos dentro e em volta dessas áreas, muitas vezes de forma desordenada, vem contribuindo grandemente para a ocorrência constante de casos de conflito”, disse Cecília Chamutota, Secretária de Estado na província de Sofala.
Os principais animais envolvidos nos conflitos são: o elefante, o búfalo, o hipopótamo e o crocodilo. Os casos ocorreram em sete dos 13 distritos de Sofala, nomeadamente, Marromeu, Chemba, Nhamatanda, Chibabava, Muanza, Caia e Búzi.
“Estamos perante um dilema, no qual precisamos proteger e conservar a nossa fauna bravia, que é propriedade de todos, bem como de preservar vidas humanas, para que as nossas comunidades não continuem a ser lesadas nas suas actividades produtivas, ou na vida humana devido a invasões de animais”, afirmou Lourenço Bulha, governador da província.
Esta preocupação levou à realização de uma reunião, envolvendo os responsáveis das áreas de conservação e dos administradores distritais de Sofala, com o propósito de encontrar soluções conjuntas e sustentáveis para a mitigação do conflito Homem-Fauna Bravia, segundo avançou Ermelinda Mackenzie.
Neste encontro foram definidas algumas iniciativas para mitigar o conflito, nomeadamente a criação de comités de gestão locais de conflitos e construção de infra-estruturas.
“Refiro-me aqui às fontes de abastecimento de água, porque, muitas vezes, a população faz-se aos rios, em busca de água, por falta dessas fontes de água. Portanto, é necessário mecanizarmos a nossa agricultura, por há épocas que nós incentivamos a nossa população para a produção de comida nas margens dos rios, mas é lá onde encontramos o crocodilo, que está no seu habitat”, explicou.
Os participantes definiram ainda como acções de mitigação do conflito Homem-Fauna Bravia, a necessidade de expandir as actividades de rendimento e actualizar os planos distritais de uso de terras.