Lançada pedra para construção da unidade neonatal que vai minimizar mortes materno-infantis

Iniciou-se, nesta segunda-feira, a construção de uma unidade neonatal no Hospital Central de Maputo, que terá pouco mais de 100 camas, berçários, laboratórios e salas de parto. Trata-se de um investimento de cerca de 20 milhões de dólares.
O financiamento para a construção da unidade neonatal no Hospital Central de Maputo é da Agência Japonesa de Cooperação Internacional. Coube ao ministro da Saúde, Hussene Isse, lançar a primeira pedra da infra-estrutura que vai prestar serviços de saúde essenciais às mães e aos bebés, num contexto em que 28 a cada mil crianças morrem logo após o nascimento.
“Cada um de nós tem de fazer o seu melhor. Nós, como governados, temos de fazer o nosso melhor para garantir condições apropriadas para que o povo moçambicano seja atendido correctamente nos hospitais e possamos salvar mais vidas”, disse na ocasião Hussene Isse.
A infra-estrutura vai responder às necessidades do sector, numa altura em que, de acordo com o sector da saúde, 24 recém-nascidos morrem em cada mil nascimentos, devido a complicações de saúde, associadas, também, à falta de tratamento adequado nos hospitais moçambicanos.
Por isso, a unidade neonatal a ser erguida no Hospital Central de Maputo, terá equipamento de última geração. “Como dizia a Sua Excelência o embaixador, será equipado com a última tecnologia de ponta do mundo em Moçambique. Isto nos orgulha”, disse Hussene Isse.
Assim, com mais esta construção, aumenta a capacidade de camas no maior hospital do país para internamentos de recém-nascidos e das suas mães.
“O Hospital Central de Maputo, que contará com a capacidade de 105 camas, divididas em duas enfermarias, que compreenderão os cuidados intensivos e cuidados intermediários”, explicou o director do HCM, Mouzinho Saíde.
Por sua vez, o representante da JICA, Otsuka Kazuki disse, na ocasião, que, com o projecto, a organização pretende responder ao desafio da falta de infra-estruturas e equipamentos adequados que proporcionem um ambiente hospitalar harmonioso para as mulheres grávidas e recém-nascidos durante o processo de diagnóstico e tratamento atempado de qualquer anomalia.
Ademais, trata-se de uma infra-estrutura que vai responder aos serviços necessários para reduzir as mortes neonatais no país, no geral, e em Maputo, em particular.
“Será composto por berçários, sala de parto, sala de cirurgia, sala de cuidados intensivos, laboratórios, entre outros serviços essenciais para a saúde da mãe e do bebê, cujo custo está orçado em mais ou menos 20 milhões de dólares americanos, aproximadamente um bilião e duzentos e cinquenta milhões Meticais ao câmbio do dia”, disse Otsuka Kazuki.
Já o embaixador do Japão, Iwasaki Taira, sublinhou que, sendo Moçambique um dos países do mundo com elevadas taxas de mortalidade materno-infantil e com muitos desafios, como a deterioração de infra-estruturas de saúde e escassez de profissionais, está convicto que, com a construção desta unidade de neonatologia, muitas vidas serão salvas e será lançada a base para que as famílias possam viver com alegria e em segurança.
“A saúde pública é a base para uma governança nacional sustentável, sendo o primeiro passo na construção do futuro de um país”, frisou Iwasaki Taira.
A nova unidade de neonatologia, vai dotar a maior unidade sanitária do país de infra-estruturas modernas e adequadas para o atendimento especializado dos recém-nascidos em estado crítico, promovendo intervenções mais eficazes e humanizadas.
A execução da obra estará a cargo da empresa Japonesa Dai Nippon Construction (DNC) e sob fiscalização do consórcio entre a Yachio Engineering, Azusa Sekkei e Binko Internacional, responsáveis pela elaboração do projecto arquitectónico e infra-estrutura.
A construção da unidade neonatal tem a previsão do seu término em Janeiro de 2027.
Ainda na saúde, uma empresa sul-coreana apresentou, nesta segunda-feira, na Cidade de Maputo, neste seminário, um equipamento de diagnóstico do HIV e da tuberculose, com capacidade para apurar a resistência que a pessoa diagnosticada tem a determinados medicamentos.
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde, o equipamento está ainda em verificação, e só depois serão avaliados os custos e benefícios associados para a sua implementação no país.
Trata-se de um equipamento que chega ao país num contexto em que o diagnóstico do HIV é tido como essencial para eliminar o vírus como problema de saúde pública no país.