Cerca de duzentos trabalhadores da Simbi Mining Services, uma empresa subcontratada pela mineradora Vulcan, em Moatize, estão em greve desde ontem, por conta da falta do pagamento de salários há três meses. Os grevistas ameaçam permanecer no recinto onde funcionam os escritórios da empresa até que sejam pagos.
Ao todo, são 168 colaboradores da empresa Simbi Mining Services, que decidiram, pela segunda vez, paralisar as actividades e amotinar-se no recinto onde funciona a direcção da empresa, devido ao não pagamento de salários.
Em entrevista ao “O País”, os trabalhadores dizem tratar-se de salários dos meses de Fevereiro, Março e Abril deste ano, e explicam que a empresa se comprometeu a fazer os pagamentos no mês passado, o que não aconteceu.
“Prometeste uma data, chegou a nada e o salário não veio. Prometeste outra data, mas até agora não há dinheiro. A pergunta é: o dinheiro que a Vulcan deu pelo nosso esforço está onde?”, confrontou um dos grevistas.
Os trabalhadores alegam que a greve só irá acabar quando a empresa pagar a dívida, caso contrário, ameaçam acampar no recinto até o desfecho do caso.
Os funcionários denunciaram ainda maus tratos protagonizados pelos gestores da empresa. “Fica complicado, como o colega dizia, sentar aqui, desde ontem a noite, e mesmo se formos para ir para casa não temos como, porque os donos das casas trancaram. Então, não estamos aqui por capricho, é estômago”, disse um trabalhador da Simbi Mining Services.
Uma equipe da inspecção geral de trabalho, juntamente com a polícia, esteve no terreno para intermediar a situação e conter os ânimos dos grevistas, mas a presença das autoridades não intimidou os funcionários .
A empresa, por sua vez, comprometeu-se a fazer os pagamentos em atraso a partir do dia 15 de Maio deste ano, mas refere que as transações bancárias serão feitas em duas fases
“A proposta era de pagar dia 15 um salário, e até dia 30 pagar o restante dos dois salários”, explicou uma gestora da empresa Simbo Mining Services.
Neste momento, a Simbi Mining Services não está a operar e encontra-se paralisada há cerca de dois meses. Segundo uma fonte ligada à firma, a empresa não vai encerrar as portas, mas aguarda pela aquisição de novos equipamentos.
