ASTROI diz que transportadores estão a ser desrespeitados injustamente

Dias depois do anúncio de um novo prazo para a regularização das viaturas, a Associação dos Transportadores Rodoviários de Inhambane veio a público expressar o seu descontentamento.
Rodrigues Guese, presidente da associação, não poupou críticas às autoridades municipais, afirmando que os transportadores se sentem desrespeitados e injustamente tratados, pelo facto de alguns associados estarem a operar com licenças expiradas.
“Nos sentimos a nos ferirem quando dizem que são ilegais. O ilegal, para nós, era de se considerar mesmo aqueles que apenas compraram uma viatura e estão a exercer a actividade, sem que tenham observado nem uma e nem outra coisa que é necessário se juntar para o exercício desta actividade”, disse Rodrigues Guese.
Por isso, segundo Guese, “foi uma das razões também que nos levou a esta situação, porque fomos vistos como ilegais, mas não somos, não somos ilegais”.
Para Guese, há uma longa história de denúncias feitas pela ASTROI sobre a presença de operadores ilegais no sector, que nunca foram levadas a sério pelas autoridades. Guese considera que o foco excessivo nas licenças expiradas dos associados ignora um problema maior e mais grave.
“Temos estado a reclamar desta situação dos ilegais, porque hoje aparecemos nós como os ilegais, mas, se formos à prática, esta cidade tem muitos ilegais, que temos estado a reclamar sempre destes ilegais, mas ninguém já saiu às ruas atrás destes ilegais”, prosseguiu.
O presidente da ASTROI defende os associados, explicando que a situação de irregularidade não é voluntária. Segundo disse, os desafios económicos actuais tornam difícil cumprir com todas as exigências, sem, contudo, significar que os transportadores estejam a operar de má-fé.
“Renovar a licença, nós estamos a dizer que é o custo que é tão alto, são os requisitos todos necessários para que este possa renovar a partir da sua viatura, tem de apresentar em mínimas condições e outros derivados, como é o caso dos seguros e tudo mais”, explica Guese, acrescentado que, “juntando esses requisitos todos, o transportador acaba por não ter possibilidade suficiente para conseguir responder”.
Rodrigues Guese diz ainda que foi essa a situação que levou a que se levasse mais tempo, uma vez que “esta parte não estava a ser observada”.
Ainda assim, Guedes reconhece que o novo prazo estabelecido pelo município pode ser uma oportunidade para corrigir algumas irregularidades. No entanto, alerta que a situação exige mais sensibilidade por parte das autoridades, considerando as dificuldades económicas que o país atravessa.