Chapo quer cooperação económica entre Moçambique e Angola

O Presidente da República, Daniel Chapo, defendeu, na noite desta Sexta-feira, em Luanda, uma nova era de cooperação económica entre Moçambique e Angola, assente no investimento mútuo e no fortalecimento dos laços empresariais. Durante um encontro com membros da Associação Angolana de Bancos (ABANC), o estadista apelou aos empresários angolanos a investirem em Moçambique, destacando as reformas legislativas e o potencial de sectores estratégicos como energia, agricultura, turismo e infra-estruturas.
“Este jantar de negócios representa mais do que um encontro, simboliza um passo crucial para edificarmos uma parceria económica robusta e duradoura que trará prosperidade para os nossos dois povos”, declarou o Chefe do Estado moçambicano, sublinhando o simbolismo da visita à Angola no ano em que ambos países celebram 50 anos de independência.
O Presidente da República afirmou que Moçambique e Angola têm enfrentado desafios comuns no contexto económico global, mas que dispõem de condições para reerguer-se, através de uma cooperação pragmática. Referiu ainda que o interesse em estabelecer contacto com a classe resulta do reconhecimento enquanto parceiro estratégico e do entendimento de que se trata de um dos eixos fundamentais para o aumento de investimentos em Moçambique e em Angola.
O governante apontou o desempenho da economia nacional, destacando um crescimento de 5,4 %, em 2023, impulsionado sobretudo pelos megaprojectos de gás natural, e estimou para este ano uma subida de até três por cento. Sublinhou, contudo, a necessidade urgente de diversificação económica.
“Há necessidade de diversificarmos as nossas economias, investindo em outras áreas estratégicas como infra-estruturas, agricultura, turismo, recursos minerais e energia”.
No encontro, Chapo realçou que Moçambique tem vindo a implementar reformas estruturais para melhorar o ambiente de negócios, entre as quais se destacam a nova lei de investimento privado, a nova legislação laboral e cambial, bem como a redução de impostos para sectores-chave como a agricultura e transportes urbanos.
Em termos de facilitação, o Chefe do Estado anunciou medidas como a isenção de vistos de entrada para cidadãos de mais de 29 países, a introdução do visto electrónico e a simplificação dos processos de registo de empresas, incluindo a “mera comunicação prévia” para o exercício de cerca de 88 actividades económicas.
O estadista defendeu que Moçambique e Angola devem trabalhar juntos nos corredores de desenvolvimento regional, como os de Lobito [Angola], Nacala, Maputo e Beira, promovendo a interligação logística e industrial da África Austral. “O corredor de Lobito pode ser muito bem ligado ao corredor de Nacala e desenvolvermos o nosso continente, a nossa região, os nossos dois países e os nossos povos”, declarou.
O encontro com a ABANC decorreu no quadro da visita oficial de trabalho do Presidente moçambicano a Angola, a convite do seu homólogo, João Lourenço, e visou reforçar as relações económicas, num momento em que os dois países procuram revitalizar a cooperação bilateral para além dos domínios tradicionais da política e segurança.