Contratação de cinco aeronaves pode dar à LAM novas asas para voar

A consultora internacional Knighthood Global, responsável pela reestruturação da companhia Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), iniciou o processo de contratação de cinco aeronaves do modelo Boeing 737-700, como parte de um plano estratégico para revitalizar a operadora aérea nacional.
Segundo uma informação confirmada à nossa redação por fontes bem posicionadas na instituição, a Knighthood confirma que conta com autorização expressa dos accionistas da LAM para executar o negócio, o que marca uma nova fase no processo de reestruturação da companhia, iniciado em 2023, após anos de dificuldades financeiras e operacionais.
“A Knighthood Global está a conduzir este processo competitivo, com prazos limitados, para garantir aeronaves que atendam aos requisitos operacionais, comerciais e estratégicos da LAM, seja por meio de compra directa, aluguer financeiro ou aluguer operacional”, refere o documento.
A Knighthood, sediada em Abu Dhabi, esclarece que os aviões devem ser configurados em duas classes, com capacidade para entre 120 e 140 passageiros, de modo a responder às exigências da rede intra-africana da companhia moçambicana.
As propostas formais dos potenciais fornecedores deverão incluir especificações técnicas detalhadas, relatórios actualizados de manutenção e condições comerciais claras, sendo o prazo de submissão estabelecido até sexta-feira, 20 de Junho de 2025.
A contratação das novas aeronaves insere-se num esforço mais amplo de reestruturação da LAM, que atravessa uma fase crítica marcada por prejuízos financeiros, frota reduzida e perda de fiabilidade operacional. A intervenção da Knighthood sucede à actuação da consultora sul-africana Fly Modern Ark, que identificou problemas graves de má gestão, corrupção e ineficiência técnica dentro da empresa.
Actualmente, a LAM enfrenta défices operacionais e limitações na sua frota, composta por um número reduzido de aviões ativos, incluindo modelos Q400 e Boeing 737-700. Parte das rotas internacionais e domésticas tem sido assegurada através de arrendamentos de emergência, como no caso do voo para Lisboa, operado por um Boeing 767 alugado.
A iniciativa da Knighthood é vista como um sinal de renovação institucional e operacional, com o objectivo de restaurar a confiança dos passageiros, recuperar a capacidade de concorrência e recolocar a LAM como referência no espaço aéreo africano.
Com o prazo para a recepção das propostas a aproximar-se, o mercado internacional da aviação observa com atenção os próximos passos da companhia moçambicana, que poderá, com a chegada destas novas aeronaves, iniciar um novo capítulo da sua história.